O Poder da Imperfeição: Como a Vocação Alimenta a Arquitetura da Saga
- 27 de nov.
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1. A Liberdade da Mente e o Desejo de Sanar

A minha alma encontra-se, muitas vezes, mais próxima da Psicologia do que da Lei. A atração pela Psiquiatria — e pela mente humana na forma mais complexa e frágil — não é um capricho, mas sim uma vocação visceral, uma necessidade de “corrigir” a desordem e o sofrimento. Vejo os “loucos” e, em vez de afastar-me, sinto um impulso de compreensão, um desejo de restaurar a ordem. Esta força interior, esta ânsia de sanar o trauma e a imperfeição, é o que me guia. Ela é a bússola que me permite escrever sobre o amor ferido, a violência e a doença com a profundidade necessária. A Psique é, portanto, o meu verdadeiro ponto de partida.
2. O Direito Não Foi um Erro; Foi a Âncora da Paixão
Embora o meu coração bata pela liberdade da mente humana, a escolha do Direito não foi um erro, mas sim a base que garantiu a ética e a organização da minha escrita. O curso de Direito deu-me a estrutura fria e lógica para analisar o crime, a injustiça e a ação, fornecendo o esqueleto rígido onde a alma complexa das personagens pode existir.
A lógica da Lei ensinou-me a pensar com rigor e a identificar as consequências éticas e morais de cada ato. Quando escrevo sobre tráfico de pessoas ou a fragilidade de um contrato de vida, não estou apenas a inventar um drama; aplico a disciplina jurídica para dar verosimilhança e profundidade ao cenário. A beleza do Direito, para mim, reside no seu poder de organização.
Conclusão: A Vocação Encontrada no Papel
A minha alma sempre buscou a ordem, a cura e a perfeição, e o Direito deu-me a estrutura. Mas foi na escrita que esta vocação atingiu o seu clímax. O meu sonho é publicar à maneira antiga, em papel, com a elegância de uma trilogia.
A minha obra-prima é a prova de que a disciplina e o desejo de sanar se podem fundir: a história de um homem que morreu para o mundo criminal para se tornar um psiquiatra honrado.
O seu percurso foi motivado pelo nascimento de uma criança que lhe foi entregue. O amor que encontra, na figura de uma noviça num convento, é o teste final e mais sublime à sua nova identidade.
Percebi que a vocação para a Psiquiatria não foi um erro de percurso, mas sim a Matéria-Prima para a criação. Eu não serei a Psiquiatra, mas sou a criadora do Psiquiatra, e a sua saga é o meu estudo da imperfeição.




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